sábado, 19 de março de 2011

Certamen Essentia




Descrição e Conceito

O cenário e o figurino foram desenvolvidos para uma peça teatral chamada "Certamen Essentia"(Essência em Conflito) representada por apenas um ator/cantor que interpreta o personagem Fauno. O espetáculo é composto por atuações de ópera, acompanhada por uma orquestra sinfônica (que estará localizada na região do fosso do teatro).
O enredo se passa no ano de 2011, em uma megalópole (não especificada), mas o cenário é composto por elementos desconstruídos do mundo real e do mundo psicológico/espiritual que constituem assim um ambiente surrealista, que busca representar as aflições do consciente e inconsciente do homem pós-moderno.
Na mitologia grega e na romana o Fauno é uma criatura híbrida, fisicamente é descrito como um ser que é metade homem e metade bode. Esses dois aspectos divergentes (homem e animal) podem ser interpretados como a dualidade do coração humano que está inclinado para seguir tanto os seus instintos carnais como também sua racionalidade e/ou espiritualidade.
Blaise Pascal afirmava que o homem possui grandezas e misérias. “Essa duplicidade do homem é tão visível que há os que pensaram que temos duas almas: um sujeito simples parecendo-lhes incapaz de tais e tão súbitas variedades, de uma presunção desmedida a um horrível abatimento de ânimo. (...) É perigoso fazer ver demais ao homem quanto ele é igual aos animais, sem lhe mostrar sua grandeza. É ainda perigoso fazer-lhe ver demais a sua grandeza sem a sua baixeza. É ainda mais perigoso deixá-lo ignorar ambas. Mas, é muito vantajoso representar-lhe ambas.” – Blaise Pascal
Essa dobreza é representada tanto no figurino como no cenário. O figurino foi desenvolvido baseado no estilo de roupa que é usado na época e situação do enredo. A blusa do Fauno que é branca com manchas pretas simboliza as duas naturezas comportamentais do homem. O sobretudo verde remete a ligação do fauno mitológico com a floresta, sua modelagem possui características de paletó e é acinturada dando um  ar moderno e elegante ao visual. A calça é marrom, lembrando a tonalidade da pelagem de um bode, ela é feita com um tecido tecnológico flexível, e apesar de ter a aparência de uma calça de alfaiataria ela permite que personagem execute diversos movimentos e acrobacias durante a apresentação. A vestimenta dele, apesar de ter toques surrealistas, é correspondente a sua profissão, pois ele é um empresário administrador que mora sozinho, numa região fria e passa maior parte do tempo trabalhando.
A aglomeração de símbolos e elementos variados faz com que o cenário proposto denote ao mesmo tempo diversos tipos de ambientes, dos mais abstratos aos mais concretos. Numa primeira análise este cenário pode ser compreendido como uma parte do quarto de um homem que vive num contexto pós-moderno (representado pela cama, janela e pelo notebook, embora estes estejam em uma escala de tamanho sobre-humanas). O cenário representa também o coração humano que é composto de um lado obscuro(caverna - que na mitologia romana era um lugar de adoração a divindade do fauno), e de um lado iluminado que é a parte de cima da cama. Mas esta parte de cima é estreita e de instável equilíbrio para o fauno, com qualquer desatenção, ele cai para a caverna, demonstrando assim um conflito interno do homem, em querer buscar sua grandeza de caráter e constantemente deslizar do foco em sua tentativa. O trampolim é o meio utilizado pelo fauno para tentar se erguer, mas esse método é lento comparado com quando ele escorrega e cai de cima da cama, e a análise desse movimento revela que o caminho que dá acesso para suas virtudes sempre exige dele um esforço maior e uma luta constante.
Quanto à iluminação, o cenário possui dois refletores de luz concentrada, usados para iluminação da janela, da luz que sairá do monitor do notebook e para aberturar o cenário. Haverá também um spotlight acompanhando o ator/cantor.
Tanto o conteúdo como a harmonia da Ária cantada pelo fauno tiveram inspiração em um trecho bíblico do livro de Romanos, capítulo 7, do versículo 15 ao 24:
“Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?”



Rita Karla

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os diversos aspectos da Pós-Modernidade



Contextualização histórica
A partir do século XX, o mundo começa a passar por mudanças no campo das relações sociais, da ciência, da filosofia, da educação, da moral e da economia. Diante dessas transições, alguns pensadores consideram que a Pós-modernidade se inicia entre os anos 50 e 70. Porém, sabemos que toda divisão histórica tem um quê de artificial, é impossível determinar uma data exata de nascimento de tal fenômeno. Nos dias de hoje, existem pessoas vivendo em estágios díspares, alguns em um contexto pré-moderno, outros em contextos modernos e pós-modernos, simultaneamente, em seus isolamentos ou integrações espaciais e/ou territoriais. Como por exemplo, tribos indígenas e outras comunidades que ficam isoladas ou ausentes aos meios de comunicação e de avanços tecnológicos.

Modernidade Líquida

O termo “Modernidade Líquida” foi criado pelo sociólogo Zygmunt Bauman e define o período sócio-cultural-ecônômico e estético no qual estamos atualmente inseridos. As principais características desse período são as rápidas mudanças em vários pilares da sociedade que até a Modernidade eram bem firmes e sólidas. A exemplo disto temos o encurtamento de distâncias espaciais no mundo, a tecnologia e a internet possibilitam a velocidade da comunicação e globalização, e essa velocidade se torna perceptível em todas as áreas. Na área pessoal, a identidade de cada um está sujeita a transformações constantes, por isso a comparação deste período a um líquido. É perceptível também uma forte valorização da individualidade, ou seja, as pessoas tendem a se isolar e fugir de qualquer tipo de engajamento social, qualquer relação densa de laços sociais é vista como um obstáculo a ser eliminado, pois, o prazer está na busca de status e bens materiais, mesmo que seja necessário deixar de lado os valores éticos, inclusive no campo da família, da afetividade e da sexualidade. O mundo se fracionou e se relativizou, cada um é dono de seus valores. As pessoas são livres para serem o que quiserem e se moldarem a qualquer valor e estilo de vida. A razão/ciência que era a ideologia que reinava na Modernidade, se enfraqueceu, e com isso, vemos o renascimento de religiões antigas, nascimento de religiões novas e de outras culturas, com a missão preencher o vazio que o consumo material não preencheu. A verdade deixa de ser única, concreta e exata e se torna fluída, assumindo uma forma diferente para cada indivíduo, onde este também tem a opção de mudar de verdades constantemente. Ou seja, o pluralismo e a relatividade se tornam o pensamento ideal e particularmente, a crença que a verdade não existe, ou se existe não é objetiva, mas subjetiva. A descoberta de que não se pode ter certeza de nada, causa de certa forma, desespero para muitos, de modo consciente ou não. Podemos observar isso no campo das artes, onde a maior parte das obras deste período refletem sentimentos de incerteza, aflição e frenesi.

Elemento de inspiração para a criação do look sobre a modernidade líquida
Ondas:




O delineamento do movimento de cada uma das massas líquidas que ora se elevam ora se cavam na superfície das águas agitadas, representam de forma subjetiva tanto a velocidade de mudanças como a fluidez e indefinição de valores. Outra interpretação seria a imagem de uma sociedade carregada e influenciada por uma onda(pós-modernidade), sem saber exatamente a finalidade de sua jornada(vida) e a onde está sendo levada, persuadida pelo canto da sereia deste século(mídia).

Look Desenvolvido:


(Croqui feito em poucos minutos, por isso não está lá essas coisas, assim como todos os outros deste post)

As cores e formas do vestido remetem aos elementos utilizados com inspiração do tema.
A modelagem foi trabalhada no corpo, pois o tecido utilizado se trata de um spray que se transforma em tecido e pode ser aplicado diretamente sobre o corpo.



Hipermodernidade


Termo proposto por Gilles Lipovetsky, para também definir a Pós-modernidade, mas esse termo possui um significado voltado para outra forte característica deste tempo, que é o excesso, desde o consumo de bens materiais ao excesso de exigências pessoais/sociais, de informações e ideologias.

Observa-se que quem tem poder e é influente, é quem dita às regras, e o veículo mais utilizado para se influenciar a sociedade atual é a mídia. Através de comerciais televisivos é visível o apelo e imposição de necessidades, muitas vezes inúteis e inadequadas, com intuito de apenas se cumprir um ritual de consumo desenfreado. As pessoas passam a ser definidas cada vez mais pelo o têm, e com isso buscam insaciavelmente suprir suas fantasias materiais, na esperança de preencherem seus anseios e serem aceitas na sociedade.

No campo ecológico, a Terra se mostra enferma, diante das consequências de um sistema industrial e de consumo hiper voltado para homem e seu ego, sem analisar o ambiente em que ele está inserido. Constata-se que um produto novo é projetado para ficar rapidamente obsoleto, em função da necessidade de gerar o consumo contínuo. A tática utilizada para manter este tipo de consumo é fazer com que as pessoas se sintam sempre insatisfeitas com o que tem.

As condições dessa realidade, as exigências e consequências desse modelo de vida causam preocupações na mente das pessoas, influenciando sua saúde, como podemos observar diante do crescimento na aparição de doenças como depressões, síndrome do pânico, em resumo, o medo e ansiedade em diversas áreas.

Com a ausência de saídas válidas para estes problemas, para muitos, a solução parece ser o hedonismo: alcoolismo, drogas, consumismo, ou seja, parafraseando: “comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”.

Elemento de inspiração para a criação do look sobre a hipermodernidade
Urso Polar:
O Departamento do Interior dos Estados Unidos confirmou que ursos polares estão morrendo afogados devido ao degelo do Ártico.
Em um reconhecimento aéreo, feito no final de 2004, os técnicos avistaram 40 ursos polares nadando no mar, longe de qualquer banco de gelo, e "muitos deles provavelmente se afogaram", segundo um relatório do Serviço de Gestão de Minerais, só agora divulgado.
Os pesquisadores contaram quatro corpos flutuando no mar durante o reconhecimento, quando o cascalho polar havia se afastado 260 quilômetros ao norte do litoral do Alasca, marcando um novo recorde de degelo. O relatório foi citado pelo The Wall Street Journal.
Nos 25 anos de reconhecimentos aéreos anuais anteriores a 2004 não haviam sido avistados mais de um urso nadando em mar aberto.

(...)

[Fonte: http://www.lustosa.net/noticias/24223.php]

Além de o aquecimento global ser um dos problemas mais debatidos na hipermodernidade, podemos observar o homem numa situação semelhante a de um urso polar que nada assiduamente em busca de um bloco de gelo ou solo procurando descanso(paz/satisfação), mas em meio ao descongelamento das calotas polares(fluidez de valores, incerteza, excesso de bens, cobranças e medos), ele simplesmente afunda, caindo em doenças como depressão ou mesmo na morte.


Look Desenvolvido:


Assim como no look anterior, a construção deste
é proposta a partir do spray que se transforma em tecido. 



Pós- Modernidade

Um dos pioneiros no emprego do termo é o francês Jean-François Lyotard. O Pós- modernismo é considerado como um período de natureza bastante diversificado que mistura várias tendências e estilos sobre o mesmo nome.

Este período proporcionou um novo estilo de vida, com arquétipos, gostos e atitudes que antes não eram assumidos com freqüência na sociedade. A diversidade de escolhas de personalidades, hobbies e ideologias também culminaram numa apatia social e sentimento de vazio. O cotidiano pós-moderno gira em torno do humanismo: o indivíduo em suas três facetas:

 

Consumista: consome variadas formas de bens e serviços.

Hedonista: busca de forma egoísta o prazer material, no desejo de se satisfazer instantaneamente.

Narcisista: pratica culto a sua própria pessoa, busca a glamurização de sua auto-imagem pelo cuidado com sua aparência e a informação pessoal.

Há um apelo constante pelo novo, o ideal proposto é que o homem esteja mudando frequentemente, buscando consumir sempre a próxima novidade, mesmo que tais mudanças não correspondam a suas particularidades e idiossincrasias, aliais diante deste sistema de mudanças, não se torna claro qual é a personalidade de cada um, apenas que ela é indefinida, até mesmo em relação a sua essência. Saturada de informações e serviços a sociedade desvaloriza as coisas públicas, demonstrando apatia frente aos graves problemas sociais e humanos. A massa pós-moderna se classifica como consumista, flexível nas idéias e nos costumes.


Elemento de inspiração para a criação do look sobre a pós-modernidade



Foto tirada por Kevin Carter em 1993 no Sudão.

O abutre pode ser entendido como um dos alter egos da sociedade pós-moderna que vive envolvida numa grande apatia. De acordo com o dicionário Aurélio, apatia significa “estado de insensibilidade, impassibilidade, indiferença; falta de energia; indolência”. Nós assistimos injustiças e sofrimento e quase sempre reagimos com indiferença. A tensão que nos obriga a preocuparmos com nossa auto-imagem(narcisismo, individualismo) ultrapassa os limites da razão nos elevando ao patamar de egocêntricos e alienados. A criança prestes a morrer, é um outro alter ego sociedade, mas no qual ela enquanto abutre não está ciente que corresponde a si própria. A criança representa a inocência, sinceridade, singularidade e compaixão que cada um amputa de si próprio para se enquadrar numa vida de propósitos volúveis, que embora se traduza numa busca por coisas reais como bens e títulos, eles são objetivos passageiros e ilusórios, quando comparado a plenitude da natureza humana.

Look Desenvolvido:

A construção deste look também é proposto a partir do spray que se transforma em tecido.

"Exortum est in tenebris, lumen rectis corde"

Rita Karla Nicácio

Thanks God
Thanks Dani, Giovani, May, Immortal Frost who have supported me these days, and always gave me words of support and courage.














sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Alguns desenhos de observação





"Exortum est in tenebris, lumen rectis corde"

Criação de um produto de moda

Criação de um produto de moda inspirado no filme “Mindwalk”(Ponto de Mutação) baseado no livro de Fritjof Capra e na música “Olho de Peixe” de Lenine.

Trabalho para fins didáticos da disciplina Cultura e Moda


O filme faz uma reflexão sobre a condição humana diante de suas descobertas e o mau uso delas. Incita-nos a procurar entender o todo(visão holística), não ver o mundo de forma individual, entender que todas as coisas se complementam e se relacionam.

Tais argumentos podem ser observados no próprio funcionamento do Universo, do nosso corpo, e até no ordenamento e movimentação do átomo e das partículas subatômicas. A partir desta interação se analisa o desequilíbrio das atitudes do homem na a natureza, junto a conseqüência de suas ações que se voltam contra ele próprio. Esse fato não só ocorre entre a natureza e o ser humano, mas, entre o homem e suas atitudes na sociedade, família, decisões políticas, etc.

A música “Olho de Peixe” de Lenine ( http://letras.terra.com.br/lenine/83922/ ), descreve exatamente uma pessoa que tem uma visão restrita. “Permanentemente, preso ao presente. O homem na redoma de vidro”. Essa seria a definição de alguém que não busca respostas, vive preso nas mesmas idéias, e impõe limites a si mesmo que o impede encontrar novas saídas, novas soluções. O homem se enxerga individualmente e não tem a percepção de que ele faz farte de um vasto universo cheio de ligações entrelaçadas.

Criação: Vestido, pulseira e enfeite de cabelo.
Material: tecido de garrafa pet, couro de tilápia, e fibra de bambu(produtos ecologicamente corretos).



Elementos de Criação:
 
Entrelaçado Celta: Símbolo utilizado pela civilização celta para representar a jornada da vida. E trazendo para o contexto do filme e da letra da música, seria a representação de nossa existência, descobertas e caminhos que não existem isoladamente, mas estão entrelaçados entre si.



Modelo de estrutura subatômica: Mostra a interação até mesmo nas pequenas coisas, a relação do átomo com as partículas subatômicas e toda a movimentação e harmonia entre eles, mas fazendo uma observação/interpretação de que o homem teria se desligado do funcionamento entre ele e o universo e entre ele e Deus.




Criação de um produto de moda conceitual [Vestido, pulseira e enfeite de cabelo]








sábado, 19 de setembro de 2009

Sketchbook: Civilização Viking(História da Arte e Indumentária)

- Sketchbook



- Paper-Doll




- Criação de uma roupa atual inspirada na arte/indumentári
a viking.



"Exortum est in tenebris, lumen rectis corde"


Rita Karla Nicácio

domingo, 6 de setembro de 2009

Palestra de Walter Rodrigues


(Na foto: alguns alunos do p.1 do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda - UNIPÊ, e o estilista de São paulo Walter Rodrigues)

O estilista Walter Rodrigues expôs um pouco do seu trabalho numa palestra realizada em 21/08/2009, aos alunos de Design de Moda da UNIPE. Ele expressou com clareza que diversas áreas do conhecimento e experiências da vida constituem a moda, essas se revelam como verdadeiras fontes de inspiração para estilistas criadores.

Na vida todos nós possuímos gostos e particularidades, os quais moldam nossa visão sobre o mundo. Elas são expressadas através de nossas atitudes e caráter diariamente. Assim também as expressamos na moda, há certas coisas que nos inspiram como certos livros, música, viagens, outras culturas, ou até mesmo outras referências de criação de moda. É dentro desse universo pessoal que a criação nasce e se transforma em algo único.

Ele narrou um pouco de sua história, desde sua infância e seu interesse pela leitura, como a realidade em que ele esteve inserido, criado numa cidade do interior, geralmente tratado na sociedade como diferente por sua criatividade e gostos peculiares. Ele expôs seu processo de pesquisa e criação, que se exemplifica como um método de decodificação de diversas influências como por exemplo a moda dos anos 30 e 70 e a antropologia nos seus estudos de outras civilizações que são alguns de seus ícones.

Walter Rodrigues exemplificou de forma distinta a importância da pesquisa e como ela é um instrumento primoroso na vida de um criador e de qualquer outro profissional. Uma criação sem conteúdo é algo morto e inútil. E a habilidade de um estilista também está em traduzir em linguagem visual e criativa uma informação antes só conhecida através de palavras.

domingo, 16 de agosto de 2009

Workshop de Criação


Workshop de Criação(prof. Fabíola)

Sketchbook criado a partir de colagens/desenhos com base no seguinte aforismo de Nietzsche:
322. Comparação - Os pensadores cujo o espírito todas as estrelas se movem em órbitas cíclicas não são mais profundos, aqueles que olham para o fundo de si da mesma forma que para um imenso universo e consigo traz via-lácteas, sabem a desordem dos caminhos de todas as via - lácteas; elas levam ao caos, ao labirinto da existência.
Nietzsche, A gaia ciência.

1º - Representação do mistério da vida.
A explicação para a origem vida é um questionamento comum de quem tenta se entender, mas não é uma resposta que se encontra de forma tão banal, não se encontra tão facilmente um motivo que preencha totalmente esse mistério. Em baixo um guerreiro com a tocha... é a representação do ser humano lutando pela vida... na verdade tentando nascer... porque existe certas coisas na vida que não temos escolhas, como nascer por exemplo, até onde sei quando é chegado o devido tempo de nascer, normalmente o feto luta p/ vir ao mundo. A questão é... a vida é um acidente ou algo feito com um propósito determinado? caos ou projeto?

2o - O homem iniciando sua percepção do mundo.
A disposição de cores frias e quentes, a noção das coisas que se complementam e as que se contrapõe. A imagem da esquerda é uma representação abstrata de um olho. "Só de pensar no olho, tenho calafrios" (Charles Darwin). Darwin disse isso porque a estrutura do olho contradizia sua teoria da formação gradual ao acaso, pois é um sistema independente e complexo, é como um designer "entretecendo" um projeto. A imagem da mulher representa a beleza que é uma das verdades meta-físicas que não pode ser avaliada cientificamente.

3o - Ainda o homem nesse processo de aprendizagem.
O contra-baixo representa outras áreas do conhecimento. "... eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer." - C.S Lewis. Daí vem a necessidade do homem se expressar através da música, arte, fantasia.

4º - O homem em busca de emoções/sensaçõesCorrendo atrás de algo que nem ele mesmo sabe ao certo. Toda falta de limites e valores revelados pelos fios estourando sangue. O homem passando dos limites por negar que eles existam(pós modernismo, niilismo).


5º - Sensação de vazio e caminhos sem alvo.
O horizonte nunca acaba, as escadas não mostram onde vão dar, as linhas são os rastros das várias formas que o ser humano já tentou andar.

6º - Informações coletadas sobre si, início da frustração.

Muitas coisas se resumem em perca de tempo, como pó expalhado pelo vento representado pelo cara derramando grãos de areia no deserto. É o ponto em que o ser humano pára e pesa sua existência."Do pó veio o homem e ao pó vai voltar". Ele analisa tudo o que foi mostrado até agora, sua lucidez quanto a condição humana é despertada. Essa é a parte em que poucos chegam hoje em dia(com tantos big brother e Pânico na TV). "Karl Marx dizia que a religião é o ópio do povo, mas isso porque ele não conhecia televisão. Se os televisores desaparecessem, haveria um suicídio em massa porque o ser humano veria sua condição". - Giovani J. S.

7º - Tédio, permanência da frustação, falta de perspectiva.
"O ser humano é o único animal que sabe que vai morrer". - Freud
Folhas secas representando a morte, agora o homem pensa no mistério posterior.
Lewis falava das folhas secas sobre o que é o fim da vida... "entendo isso sempre no outono quando as folhas caem".

8º - Desespero, Caos.
Essa oitava imagem exemplificaria bem a frase de Nietzsche. Os caminhos tortuosos do homem em sua própria mente. Caos diante sua própria complexidade.
Seu clamor por uma verdade única.



9º - Conclusão: Caos opcional.
Pensar sobre si mesmo como um universo onde tudo gira lá dentro geralmente nos leva ao desespero. Hoje já se sabe que o Universo não é aquele caos que Nietzsche pensava. Há um tremendo "fine tunning" no funcionamento dos astros que hoje se usa para evidenciar justamente o contrário, a existência de um designer. Onde Nietzsche viu caos, hoje se vê harmonia com a complexidade dos ajustes perfeitos.

"O UNIVERSO É TÃO VASTO E ATEMPORAL QUE UM HOMEM SÓ PODE SER MEDIDO PELO TAMANHO DO SEU SACRIFÍCIO"

[To be continued]

Thanks God!
[giovani too]